terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Primeiro Ensaio Prático.

A proposta do ensaio hoje foi uma breve discussão da obra de Bacon. Suas referências, sensações, narrativas, tudo aquilo que surge e perpassa sua obra. Seres estranhos, figuras humanamente desumanas, suas cores, seus vícios.

Primeiro Improviso.
Mesmo não pensando na obra de Bacon, a proposta aberta trouxe as relações antes debatidas na discussão. A improvisação na cadeira, abria um universo imenso de possibilidades de movimentação, que praticamente me deixa muito mais a vontade nela do que caminhando. Ao ficar de pé não sentia necessidades de grandes movimentos cadenciados. A situação, a relação, tudo aproximava a quase uma economia de movimento, movimentos mais reflexivos, mais contidos, mas mesmo assim expressivamente potentes dependendo de como serão trabalhados. Confesso que a cadeira é muito interessante mesmo!

Segundo Improviso.
Sentado na cadeira e falando textos. Manter um texto coeso com a movimentação, simultânea ou não, gerava uma ansiedade e quase uma dislexia por não responder dois estímulos ao mesmo tempo.

Terceiro Improviso.
Um pouco parecido com o segundo, ele ampliou e conduziu naturalmente a uma economia de movimento novamente, mas também a sons, palavras, como se tudo fosse uma composição instantânea, uma resposta do momento. Imagens foram surgindo, sensações foram criadas, e referências naturalmente foram sendo realizadas. A partir do improviso novas discussões foram geradas e até mesmo questionadas.
Interessante...

Proposta para o ensaio de amanhã:
Atenção no FOCO, no Tempo, e na disposição física não confortável.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

FRANCIS BACON - Civilização Brasileira.

- Ligavam a pintura de Bacon ao expressionismo.

- O expressionismo pressupõe a projeção de emoções e pensamentos do artista em determinadas deformações ou enfatizações de sua obra.

- Assim como o expressionismo, sua obra tem a violência do gesto pictórico e seu efeito imediato de choque, que afeta o observador.

- A representação da figura humana como tema fundamental quase único em sua obra.

- A distorção é para deformar a realidade visualizada pelo observador, exercer sobre um efeito catártico semelhante ao buscado pela tragédia grega.

- O realismo de Bacon não está ligado à representação descritiva ou imitativa, mas equivalia a fidelidade à experiência vital como tema fundamental.

- Busca representar fragmentos da realidade – sem fazer comentários sobre ela – com os meios que a pintura Poe a sua disposição.

- A figura humana é abordada nos limites de sua desintegração, pouco antes de deixar de ser reconhecível.

- A violência da matéria pictórica com a convulsão da carne.

- Por vezes lançava blocos de tinta sobre a tela, trabalhando-as com as mãos, pinceis, ou quaisquer outros instrumentos diretos e pouco afinados.

- Espaços anônimos e desolados, como se fossem sórdidos quartos de hotéis baratos ou celas de uma prisão.

- Os espaços pertencem mais ao observador do que as figuras que contém, são um mecanismo retórico de mediação entre ele e o quadro, por meio do qual se dá conta de que tem diante de si uma experiência viva.

- Sempre se percebe a presença de móveis e utensílios não transcendentes, como uma lâmpada elétrica, um interruptor, são como objetos reais das colagens cubistas, a que Braque se referia como “minhas certezas”: âncoras figurativas para o espectador, que tornam verossímil, por contraste dialético, o horror contido nas figuras tortuosas e distorcidas.

- Seus quadros não significam coisas alguma, não geram ícones ou emblemas, apenas imagens cuja interpretação – no sentido estrito da palavra – não é concludente vêmo-las com quem presencia uma execução ritual, ou como quem sofre um acidente.

-Começa a utilizar fotografias e radiografias em sua obra, que já se centra em retratos e representações da figura humana.

- Estudos fotográficos de seus humanos e animais em movimento feitos por Edward Muybridge.

-Aos poucos aparecem os cubos lineares que, como jaulas transparentes, isolam a figura de seu ambiente.

-Passa a utilizar pessoas de seu círculo mais íntimo, retalhos de sua própria vida. São rostos e nomes que se tornam familiares para todos os aficionados de sua pintura.

- Na trajetória de Bacon, sem eu início, repetem-se temas ligados tanto a pintura do passado quanto a mitos de caráter trágico tomados da literatura ou da tradição artística.

-Busca nesses motivos a auréola da tragédia, a base adequada para evocar o grito primordial de seus quadros iniciais, ou a violência íntima das coisas reais.

- As referências escolhidas por Bacon, têm em comum uma origem trágica e, portanto, de catarse e comoção.

-O grito pode ser igualmente entendido como resultado do relaxamento mandibular que se reproduz nos estados cadavéricos.

A FIGURA E O ESPAÇO

- A partir dos anos cinqüenta se observa clara diferença entre o tratamento da figura – violenta, distorcida, com grande massa de matéria -, e o espaço circundante, disposto como um cenário vazio.

- Coloca o espectador como um voyeur na cabine de um show pornô, enfrentando a figura em sua intimidade profunda.

- A caixa espacial é, o lugar imaginário do observador.

A CARNE VIOLENTADA

- Concebe a execução de suas figuras em termos de violento corpo-a-corpo.

- As figuras de Bacon aparecem como uma orgia de carne dilacerada, ferida tensa.

- Gosto por cadáveres de animais abertos ao meio.

- Partindo das fotografias de Edward Muybridge, transforma essas cenas assépticas e congeladas em violentos encontros amorosos de feição homossexual, explorando todo o potencial de luta agressivo e orgiástico.

A FIGURA E MOVIMENTO

- A maioria das figuras é de nu masculino.

- Relação com a obra de Miguel Ângelo.

- Figuras sempre em posições acrobáticas e inverossímeis, se liga a seu conceito dialético da representação, cujo efeito reside no contraste de elementos opostos, no rastro deixado na tela pela violência substantiva que ela pretende representar.

- Círculos que funcionam como lentes de aumento ou dão ênfase aos focos de tensão, e as setas, que indicam sobriamente a direção básica do movimento.

- Fusão de duas posições sucessivas numa só figura.

- Tensão muscular.

- O próprio movimento de figura que molda as formas do corpo.

- O interesse de Bacon pelas correntes de água ou pelas dunas de areia açoitadas pelo vento se explica pela possibilidade que lhe dão de reproduzir materialmente seu comportamento dinâmico com a própria aplicação de tintas.

RETRATOS

-A presença humana é a premissa básica de toda obra de Bacon.

- O pintor muitas vezes partia do uso de fotografias, pois as achava melhores do que o modelo vivo, cuja presença perturbava o processo de elaboração pictórica.

AUTO-RETRATOS

- Por maior que seja a deformação, as personagens de Bacon permanecem reconhecíveis e identificáveis.

- A longa seqüência de auto-retratos quase pode ser vista como um diário pictórico.

TRÍPTICOS

- Sua seqüência de imagens raramente tem sentido narrativo, sendo antes repetição ou variação cerimonial.

- O objetivo fundamental é o de envolver o observador numa espacialidade a uma só tempo ambígua e sugestiva, reforçando o efeito das caixas espaciais, onde se situam as figuras.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

FRANCIS BACON - LA DERIVA DEL YO Y EL DESGARRO DE LA CARNE - Adolfo Velazquéz Rocco


- O corpo se apresenta como um objeto mutilado que regressa à animalidade.

- Em sua pintura, o homem padece do sofrimento da carne, que é interpretado como o fim do corpo e o seu último reduto.

- O êxtase, desejo da carne, dos fluidos, dos detritos, a mutilação e a morte que invadem as telas de Bacon.

- Retrata a sociedade de seus desgarrados pela vida, que tratam de limpar seus pecados em banheiros sujos e solitários, seres iluminados por um sol enforcado e concentrado num anêmico bulbo o qual os ilumina.

-Espaço do corpo contestado, não observado enquanto espaço ou refúgio.

- O controle do corpo é uma ilusão, o homem passa sua existência em uma falta de estabilidade que é desconhecido.

- Se questiona a identidade e os valores que se consideravam formadores do homem. O corpo é reconstruído e suas fronteiras transpassadas e superadas.

- Proximidade com a morte e a semelhança a um cadáver chega a dissolver e a desaparecer.

- Realiza uma anatomia da autodestruição humana, tenta pegar a intensidade da experiência corporal nesses momentos de dor e êxtase.

- A morte invade as telas de Bacon, o corpo se desfigura, se apodrece, vulnerável e fronteira do orgânico e os detritos o invadem todo.

- A morte infecta a vida.

- Bacon descobriu que a forma mais simples e efetiva para criar a intensa emoção que queria que seus quadros transmitissem, era fazê-lo em uma única investida, que tudo o que necessitava era um rosto e não uma figura, uma jaula e ou uma cortina partida.

- Observa os animais, geralmente em reportagens fotográficas, servia a Bacon de entretenimento para revelar e expressar de forma mais precisa o instinto humano.

- O homem despojado de sua humanidade, o homem enquanto animal.

- Criou uma série de corpos crucificados, contorcidos, mutilados, disformes, com rostos no limite para desaparecer, seres que copulam, defecam, vomitam, ejaculam, sangram e se desmoronam.

- O corpo na obra de Bacon se faz carne, dessacraliza, apresenta como espasmo, rompe com a harmonia da superfície e da forma de um ser armazenado por sua própria indefinição, isso pela perda de sua identidade.

- Um corpo que se decompõe, que escapa por uma boca que grita, que se esvazia, se prolonga no sêmen, se dilata, se mistura com outros corpos, metamorfoseia-se em seu reflexo.

- Disseca o corpo como um cirurgião para nos mostrar a vulnerável condição humana.

- A boca é um orifício que se liga ao interior do corpo, uma abertura profundamente sexual.

- Autorretrato é a produção mais abundante da sua obra.

- A abstração, a redução a cortes da fisionomia, é uma tentativa de transcrever o conjunto de sensações que o modelo retratado suscita no pintor.

- Da identidade ao rosto em processo.

- O espelho é algo que deveria permanecer oculto, velado, inscrito no campo do narcisismo como falta não obstante, mas a imagem se manifestou.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O CORPO DESFEITO POR FRANCIS BACON por Rogério Luz

























- A quase exclusividade da apresentação e do desfazimento do corpo na obra de Francis Bacon, justificam o interesse da obra do pintor inglês para um certo exame da temática do corpo.
- A reprodução do rosto por Bacon, segundo ele nos diz, procura acolher a potência que habita no corpo.
- Na figuração do corpo humano da arte pré-histórica, não há representação do rosto, nem, portanto, do olhar.
- Pierre Francastel assinala a importância da figura do ser humano na arte, presente em todas as épocas e culturas (...) os modos de representar variam e podem ser agrupados em três grandes tipos: SIMBÓLICO - de um poder divino ou real, mais ou menos rigidamente codificado, sem que os traços individuais predominem. REALISTA - o indivíduo aparece como representante de um grupo social, em um contexto cultural específico. INDIVIDUALIZADO - quando surge de uma subjetividade singular.
- Na arte moderna ocorre a ruptura: entra em cena o sujeito das sensações e a linguagem autorreferente.
- A imitação do mundo é substituída pela análise do sujeito, consciência e corpo produtores de signos.
- A representação da figura humana diria respeito à maneira de se pensar o lugar do indivíduo na sociedade e do ser humano no cosmos.
- Para Bacon, mais do que um sujeito se apresenta, o que se operaria na figura humana retratada seria a pluralidade e a diversidade de modos de produção da subjetividade.
- Na figura em Bacon, não realista, evidencia-se a distância entre a imagem e coisa. A mais estreita intimidade vai de par com o maior estranhamento.
- A reprodução do rosto por Bacon, procura acolher a potência que habita o corpo.
- Um novo regime de produção de verdade sobre o corpo e o sujeito revela-se na arte atual em torno da figura humana e de suas desfigurações(...) Se o discurso do quadro é a construção de uma enunciação de verdade não é, justamente, da ordem do visível.
- A questão da figura humana não se coloca tanto em termos de analogia entre cópia e modelo, semelhança e dessemelhança, nem da dialética da contradição entre si próprio ou alhear-se de si. Ela se coloca fundamentalmente em termos de um devir simultâneo de, identidade e alteridade, contrariedade paradoxal e relação exclusiva do mesmo e do outro.
- Segundo Winnicott, por meio da distorção e do desfazimento de corpos e rostos, Bacon procura dolorosamente ser visto, o que aponta para o próprio fundamento de um olhar criativo.
- Bacon enfatiza o papel do acaso, da busca de uma estrutura que parta do acaso e que evite a imagem ilustrada comandada racionalmente.
- Essa forma/figura, real e verdadeira, parece e aparece "com a coisa", e remete diretamente ao feixe de sensações nervosas que é o corpo, sem mediação de comparação com um referente modelo.
- Na pintura de Bacon, o olhar, ao se libertar do corpo orgânico - isto é, ao liberar o olho de sua integração em um todo orgânico - atinge uma intensidade tátil, porque permite que a cor possa agir diretamente sobre o sistema nervoso.
- Deleuze reconhece, nas pinturas de Bacon, as Estruturas Espacializantes, de cor chapada ou escovada, os contornos ou limites, que as linhas determinam, e, por fim, as Figuras, que esboçam dois movimentos: de emergência do caos e de retorno ao caos. Toda essa configuração parte de Diagramas, isto é, de uma trama traçada e apagada por gestos, com o uso de diferentes instrumentos: mão, pano, escova ou o que estiver por perto.
- Os Diagramas - traços e manchas - são pré-pintura: eles mostram o que na tela já está confusamente escrito.
- Bacon rompe com o figurativo, evitando a imagem narrativa e ilustrativa.
- A forma ilustrativa imediatamente lhe fala, através da inteligência, que ela expressa, enquanto no caso da não ilustrativa, ela primeiro atua nas emoções e depois faz revelações sobre o fato.
- Bacon desorganiza o figurativo e caminha na forma do corpo e do rosto humano, para o inorgânico e o inumano, isto é, para a forma figura.
-Aquilo que faço com as faces é feito por motivos estéticos, por que acho que isso fez a imagem ser transmitida de maneira mais intensa, mais verdadeira.
- Cada Diagrama, e cada Figura que dali emerge, por meio de determinada lógica, é singular, acontecimento singular a ser testemunhado a cada vez. Esse acontecimento é processo de subjetivação: como linha e plano, cor e figura, uma corporeidade, um sujeito corpóreo, centrado em seu isolamento e desaparecimento,é produzido e surge do isolamento como Ícone ou Imagem, mais verdadeiro do que o seria por semelhança.
- Realidade e verdade não estão do lado da semelhança representativa, mas a imagem sensorial, produz o fato das sensações, o fato que afeta.
- Para Bacon, as radiografias do corpo humano revelam a plástica dos ossos e carnes, a força de impacto de uma estrutura e as sensações de vida e morte, provocadas, por exemplo, por suas crucificações.
- Bacon não trabalha na presença, mas sobre fotos de seus modelos: prefere ficar sozinho mas com a lembrança deles.
- "Através da foto começo a divagar sobre a imagem e meu pensamento vai captando na realidade mais finamente do que conseguiria apenas com os olhos. E as fotografias não são somente pontos de referência; muitas vezes elas são detonadoras de ideias.
- O rosto visão, o rosto olhar, o rosto espelho da alma e o rosto signo da intersubjetividade humana não são suficientes ara conceituar nossa atual experiência do corpo. O corpo, representado como sistema de órgãos e funções, torna-se um campo de forças internas e externas. Essas forças se tornam indiscerníveis sobre uma fronteira de contato e separação. O corpo é atravessado por fluxos que configuram diferentes zonas de sensação e níveis de intensidade mutantes: corpo de desejo, corpo de afetos. Corpo que não se opõe aos órgãos, mas a organização deles em um organismo.



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"Francis Bacon - Um grito suspenso na distorção da imagem"...de Beatriz Elisa

- Influência do Nazismo Alemão em sua obra.
- Homossexualismo.
- Alcoolismo.
- Provocador, obsceno e anticonformista.
- Influência de Picasso e Van Gogh.
- Inspira-se em Velázquez e Rembrandt e nas fotos de figuras em nuas em movimentos de Edward Muybridge do século XIX.
- Bacon distorce e transforma voluntariamente a figura, questionando não só a imagem, mas a própria pintura enquanto arte da representação, pois considera a imagem como sendo mais importante do que a beleza do quadro.
- Remete o espectador à vida com mais violência.
- Suas imagens são "uma tentativa de fazer a coisa figurativa atingir o sistema nervoso de uma maneira mais violenta, mais penetrante.
- Sua obra é marcada por figuras de traços intensos.
- Carne em desintegração se reconstruindo enquanto corpo, com dor e dificuldade, retomando a consciência de sua condição.
- A beleza do colorido da carne.
- "Somos carcaça em potencial."
- "Sempre que entro num açougue penso que é surpreendente eu não estar ali no lugar do animal".
- Orgia de carnes dilaceradas, feridas, tensas em constante movimento de luta, como se fossem uma única substância, um amontoado de carne, sendo impossível a distinção dos corpos.
- O sujeito termina o estádio do espelho, identificado com a imagem de seu semelhante, e vê o seu ser numa reflexão em relação ao outro.
- Bacon funde a imagem com o espelho.
- Brutalidade dos fatos e a violência íntima das coisas reais.
- Fazer do aversivo algo convidativo a se olhar.
- A obra de Bacon se passa numa ambiente que lembra ocasionalmente uma caixa espacial absolutamente vazia, ou cela de prisão, numa tentativa de isolar a figura e representar o lugar imaginário do observador como se fosse o prolongamento de seu ângulo de perspectiva.
- O espectador como voyeur de uma cena particular.
- Figura na intimidade.
- Lacan comentando a obra de Merleau-Ponty afirma que todo quadro é uma armadilha para o olhar, uma vez que somos literalmente chamados para dentro do quadro, e representados aí enquanto capturados.
- Bacon faz uso do vidro com a intenção de unificar o quadro e também afastar-se do objeto, como se soubesse de sua parcialidade e do fascínio de suas vestimentas.
- Os trípticos são utilizados como um mecanismo cenográfico e espacial, onde algo se passa.
- Seu objetivo é envolver num sistema panorâmico específico, porém destituído de qualquer cunho narrativo.
- Temas de origem trágica.
- Usa pessoas de seu círculo como modelos e fotografa reproduzindo-as pictoricamente, ressaltando traços mais marcantes, desprezando e distorcendo todo o resto, sem que possamos identificar a pessoa.
- Vontade de pintar a essência das coisas, da paisagem, da água, das pessoas, aquilo que delas emana, sua substância, sem qualquer dimensão psicológica ou de personalidade.
- "A gente vive quase todo tempo encoberto por véus".
- Se vê como um fazedor de imagens.
- Registrar imagens que exprimam o conjunto de sensações que elas provocam.
- Construir imagens sobre marcas não racionais.
- Imagens acidentais como sendo as mais reais, uma vez que não foram modificáveis pelo pensamento cotidiano.
- Tinha tendência de destruir seus melhores quadros.
- " Muitas vezes não sei o que a tinta fará, e ela faz muitas coisas que são muito melhores do que se seguissem estritamente minhas ordens".
- A maior de todas as suas obsessões é a imagem de um grito.
- Tocado pelo cheiro da morte e pelo fato que um vive de comer o outro.



Imagens.

FRANCIS BACON
Peter Lacy e Francis Bacon
John Edwards
George Dyer e Francis Bacon

Papa Innocenzo X de Velazquez

Guitarrist de Pablo Picasso
O Massacre dos Inocentes de Nicolas Poussin
Metropolis de Fritz Lang
Dean Close School.


Um pouco sobre Francis Bacon..

Francis Bacon nasceu em Dublin dia 28 de Outubro de 1909. Sua saúde nunca foi perfeita, desde pequeno sofria de asma tendo que as vezes tomar morfina para sobreviver as fortes crises de saúde. Sua relação com o pai era distante, desde cedo Francis Bacon já demonstrava forte tendência homossexual, afetação e feminilidade, o que gerava fúria no pai. Por sua mal relação com o pai foi enviado para viver com sua avó materna após a Primeira Guerra Mundial. Sua única experiencia com educação forma de pintura foi de 1924 a 1926 na Dean Close School.
Ao retornar pra casa, foi visto por seu pai vestido com roupas de baixo da mãe, sendo novamente expulso de casa, indo morar em Londres, onde recebia uma ajuda financeira semanal de sua mãe. Em Londres trabalhava como empregado doméstico, quando teve um caso com um amigo de seu pai, Harcourt-Smith, tendo morado juntos por dois meses. Junto de Harcourt, Francis conheceu o vídeo Metropolis de Fritz Lang. Após sua separação de Harcourt, passou um ano e meio em Paris morando com Madame Bocquetin quando conheceu a obra O Massacre dos Inocentes de Nicolas Poussin. No ano de 1927 assistiu a uma exposição com 106 obras de Pablo Picasso na Galeria Paul Rosenberg, outra influência de seu trabalho.
Sua obra carregada de fantasias masoquistas, pedofilia, desmembramento de corpos, violência masculina ligada a tensão homoerótica, as práticas de dissecação forense, atração pela representação do corpo, em especial pelos fluidos naturais e, no geral, com tudo o que está diretamente ligado à transgressão seja relacionada com o sexo, religião ou qualquer tabu.
A sua primeira exposição individual na Lefevre Gallery, em 1945, provocou um choque e não foi bem recebida. Toda a gente estava farta de guerra e de horrores, só se falava da “construção da paz” e as imagens de entranhas dos quadros de Bacon, com os seus tons sanguíneos, provocaram mais repulsa do que admiração. Londres tornou-se o quartel-general de Francis, particularmente o bairro de Soho. A partir de 1951 começou a visitar regularmente Tânger, uma cidade que atraía a comunidade homossexual pela sua liberdade de costumes. Foi em Tânger que Bacon conheceu Peter Lacy, por quem desenvolveu um amor violento e destruidor: " estar apaixonado dessa forma extrema - total e fisicamente obcecado por alguém -é como contrair uma doença aterradora. Não o desejo nem ao meu maior inimigo” disse Bacon.

Os anos sessenta foram o tempo da sua consagração. Participou em inúmeras exposições e tornou-se conhecido mas o sucesso não impediu uma tentativa de suicídio em Nova Iorque, em 1968. Mas foi George Dyer, com quem vivia desde 1964, quem acabou por se matar num quarto de hotel em Paris, nas vésperas da inauguração de uma grande retrospectiva de Bacon no Grand Palais, no início dos anos setenta. Só em 1974 é que Francis encontrou John Edwards com quem manteve uma relação estável e paternal e que herdou o seu espólio, depois da sua morte, de ataque cardíaco, aos 82 anos.



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Primeiras leituras.

O processo da montagem encontra-se na pesquisa biográfica da obra de Francis Bacon. Alguns encontros ocorreram para analisar algumas obras e discutir as relações da obra do pintor com outros movimentos artísticos. Aos poucos colocarei resumos de textos, impressões de ensaios e discussões em sala de ensaio.