quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

FRANCIS BACON - LA DERIVA DEL YO Y EL DESGARRO DE LA CARNE - Adolfo Velazquéz Rocco


- O corpo se apresenta como um objeto mutilado que regressa à animalidade.

- Em sua pintura, o homem padece do sofrimento da carne, que é interpretado como o fim do corpo e o seu último reduto.

- O êxtase, desejo da carne, dos fluidos, dos detritos, a mutilação e a morte que invadem as telas de Bacon.

- Retrata a sociedade de seus desgarrados pela vida, que tratam de limpar seus pecados em banheiros sujos e solitários, seres iluminados por um sol enforcado e concentrado num anêmico bulbo o qual os ilumina.

-Espaço do corpo contestado, não observado enquanto espaço ou refúgio.

- O controle do corpo é uma ilusão, o homem passa sua existência em uma falta de estabilidade que é desconhecido.

- Se questiona a identidade e os valores que se consideravam formadores do homem. O corpo é reconstruído e suas fronteiras transpassadas e superadas.

- Proximidade com a morte e a semelhança a um cadáver chega a dissolver e a desaparecer.

- Realiza uma anatomia da autodestruição humana, tenta pegar a intensidade da experiência corporal nesses momentos de dor e êxtase.

- A morte invade as telas de Bacon, o corpo se desfigura, se apodrece, vulnerável e fronteira do orgânico e os detritos o invadem todo.

- A morte infecta a vida.

- Bacon descobriu que a forma mais simples e efetiva para criar a intensa emoção que queria que seus quadros transmitissem, era fazê-lo em uma única investida, que tudo o que necessitava era um rosto e não uma figura, uma jaula e ou uma cortina partida.

- Observa os animais, geralmente em reportagens fotográficas, servia a Bacon de entretenimento para revelar e expressar de forma mais precisa o instinto humano.

- O homem despojado de sua humanidade, o homem enquanto animal.

- Criou uma série de corpos crucificados, contorcidos, mutilados, disformes, com rostos no limite para desaparecer, seres que copulam, defecam, vomitam, ejaculam, sangram e se desmoronam.

- O corpo na obra de Bacon se faz carne, dessacraliza, apresenta como espasmo, rompe com a harmonia da superfície e da forma de um ser armazenado por sua própria indefinição, isso pela perda de sua identidade.

- Um corpo que se decompõe, que escapa por uma boca que grita, que se esvazia, se prolonga no sêmen, se dilata, se mistura com outros corpos, metamorfoseia-se em seu reflexo.

- Disseca o corpo como um cirurgião para nos mostrar a vulnerável condição humana.

- A boca é um orifício que se liga ao interior do corpo, uma abertura profundamente sexual.

- Autorretrato é a produção mais abundante da sua obra.

- A abstração, a redução a cortes da fisionomia, é uma tentativa de transcrever o conjunto de sensações que o modelo retratado suscita no pintor.

- Da identidade ao rosto em processo.

- O espelho é algo que deveria permanecer oculto, velado, inscrito no campo do narcisismo como falta não obstante, mas a imagem se manifestou.

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