segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

FRANCIS BACON - Civilização Brasileira.

- Ligavam a pintura de Bacon ao expressionismo.

- O expressionismo pressupõe a projeção de emoções e pensamentos do artista em determinadas deformações ou enfatizações de sua obra.

- Assim como o expressionismo, sua obra tem a violência do gesto pictórico e seu efeito imediato de choque, que afeta o observador.

- A representação da figura humana como tema fundamental quase único em sua obra.

- A distorção é para deformar a realidade visualizada pelo observador, exercer sobre um efeito catártico semelhante ao buscado pela tragédia grega.

- O realismo de Bacon não está ligado à representação descritiva ou imitativa, mas equivalia a fidelidade à experiência vital como tema fundamental.

- Busca representar fragmentos da realidade – sem fazer comentários sobre ela – com os meios que a pintura Poe a sua disposição.

- A figura humana é abordada nos limites de sua desintegração, pouco antes de deixar de ser reconhecível.

- A violência da matéria pictórica com a convulsão da carne.

- Por vezes lançava blocos de tinta sobre a tela, trabalhando-as com as mãos, pinceis, ou quaisquer outros instrumentos diretos e pouco afinados.

- Espaços anônimos e desolados, como se fossem sórdidos quartos de hotéis baratos ou celas de uma prisão.

- Os espaços pertencem mais ao observador do que as figuras que contém, são um mecanismo retórico de mediação entre ele e o quadro, por meio do qual se dá conta de que tem diante de si uma experiência viva.

- Sempre se percebe a presença de móveis e utensílios não transcendentes, como uma lâmpada elétrica, um interruptor, são como objetos reais das colagens cubistas, a que Braque se referia como “minhas certezas”: âncoras figurativas para o espectador, que tornam verossímil, por contraste dialético, o horror contido nas figuras tortuosas e distorcidas.

- Seus quadros não significam coisas alguma, não geram ícones ou emblemas, apenas imagens cuja interpretação – no sentido estrito da palavra – não é concludente vêmo-las com quem presencia uma execução ritual, ou como quem sofre um acidente.

-Começa a utilizar fotografias e radiografias em sua obra, que já se centra em retratos e representações da figura humana.

- Estudos fotográficos de seus humanos e animais em movimento feitos por Edward Muybridge.

-Aos poucos aparecem os cubos lineares que, como jaulas transparentes, isolam a figura de seu ambiente.

-Passa a utilizar pessoas de seu círculo mais íntimo, retalhos de sua própria vida. São rostos e nomes que se tornam familiares para todos os aficionados de sua pintura.

- Na trajetória de Bacon, sem eu início, repetem-se temas ligados tanto a pintura do passado quanto a mitos de caráter trágico tomados da literatura ou da tradição artística.

-Busca nesses motivos a auréola da tragédia, a base adequada para evocar o grito primordial de seus quadros iniciais, ou a violência íntima das coisas reais.

- As referências escolhidas por Bacon, têm em comum uma origem trágica e, portanto, de catarse e comoção.

-O grito pode ser igualmente entendido como resultado do relaxamento mandibular que se reproduz nos estados cadavéricos.

A FIGURA E O ESPAÇO

- A partir dos anos cinqüenta se observa clara diferença entre o tratamento da figura – violenta, distorcida, com grande massa de matéria -, e o espaço circundante, disposto como um cenário vazio.

- Coloca o espectador como um voyeur na cabine de um show pornô, enfrentando a figura em sua intimidade profunda.

- A caixa espacial é, o lugar imaginário do observador.

A CARNE VIOLENTADA

- Concebe a execução de suas figuras em termos de violento corpo-a-corpo.

- As figuras de Bacon aparecem como uma orgia de carne dilacerada, ferida tensa.

- Gosto por cadáveres de animais abertos ao meio.

- Partindo das fotografias de Edward Muybridge, transforma essas cenas assépticas e congeladas em violentos encontros amorosos de feição homossexual, explorando todo o potencial de luta agressivo e orgiástico.

A FIGURA E MOVIMENTO

- A maioria das figuras é de nu masculino.

- Relação com a obra de Miguel Ângelo.

- Figuras sempre em posições acrobáticas e inverossímeis, se liga a seu conceito dialético da representação, cujo efeito reside no contraste de elementos opostos, no rastro deixado na tela pela violência substantiva que ela pretende representar.

- Círculos que funcionam como lentes de aumento ou dão ênfase aos focos de tensão, e as setas, que indicam sobriamente a direção básica do movimento.

- Fusão de duas posições sucessivas numa só figura.

- Tensão muscular.

- O próprio movimento de figura que molda as formas do corpo.

- O interesse de Bacon pelas correntes de água ou pelas dunas de areia açoitadas pelo vento se explica pela possibilidade que lhe dão de reproduzir materialmente seu comportamento dinâmico com a própria aplicação de tintas.

RETRATOS

-A presença humana é a premissa básica de toda obra de Bacon.

- O pintor muitas vezes partia do uso de fotografias, pois as achava melhores do que o modelo vivo, cuja presença perturbava o processo de elaboração pictórica.

AUTO-RETRATOS

- Por maior que seja a deformação, as personagens de Bacon permanecem reconhecíveis e identificáveis.

- A longa seqüência de auto-retratos quase pode ser vista como um diário pictórico.

TRÍPTICOS

- Sua seqüência de imagens raramente tem sentido narrativo, sendo antes repetição ou variação cerimonial.

- O objetivo fundamental é o de envolver o observador numa espacialidade a uma só tempo ambígua e sugestiva, reforçando o efeito das caixas espaciais, onde se situam as figuras.

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