quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ensaio.

Comecei a trabalhar sem roupa, de olhos fechados. O primeiro momento foi perceber e sentir o corpo, o ar, a respiração. Comecei trabalhando com a imagem da penumbra, como se estivesse em um lugar vazio, com uma névoa branca, que atrapalhava minha visão. Esse estímulo já me deu uma qualidade de movimento densa. Comecei a me locomover nessa névoa e o som do animal naturalmente me deu uma sensação de tempo estendido, suspenso, o momento do ataque feroz. Algumas agachadas surgiram como tentativa de esquivar ou observar esse momento. Foi pedido as pequenas ações e gestos, que nunca se completavam ou finalizavam, o gesto suspenso e não finalizado. As ações para se locomover foram realizadas sem as articulações das pernas, o que limitava e adaptava o caminhar. Surgiu a caminhada nos pés meio street dance, pequenos passos laterias ou frontais que deslocavam a carcaça. Surgiu o momento da parede e da porta, onde esse corpo tentava se locomover entre esses apoios e parede, fazendo ligação com a imagem da chave na porta com os pés torcidos tentado se locomover, deslocando nessa outra horizontalidade. A porta como fuga desse espaço. "Ele nao conhece vida fora desse lugar" Essa é a sua condição eterna.

- O devir animal.
- Coerência no gestual, na respiração e no estado.
- O foco funciona.
- O ensimesmado.
- O início da cadeira com micromovimentos é interessante.
- O arrastar da cadeira funciona.
- Não desistir rápido de algumas ações.
- Sina, condição, fardo.
- Existir é violento. A vida inteira tentando ser algo.
- Arrastado não é sofrido.
- O animal não sofre, ele não conhece outra coisa.
- O exitante que remete ao video game.
- Não ter certezas.
- A qualidade do comer o papel.
- A calça no pé é bom.
- O que a sombra representa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário